Apenas desejo, nada mais João. Quantas formas, pensas vir a ter amigo? De que maneira queres tu lidar com o mundo?
Acho que ando a ler demasiado João.
Tive um outro sonho, estava num espaço amplo, numa das paredes lá ao fundo encontrava-se a dita porta fechada, desta vez pintada de azul e amarelo. No espaço havia um ringue de boxe, as cordas delimitadoras do ringue eram na verdade esparguete. Dois cães sentados junto do ringue a olhar fixamente para a porta. Entra uma mulher dos seus 60 anos e abre-me a porta, um dos cães levanta-se, segue até à porta, mija para a mesma e passa para o lado de lá, o outro olha para mim e espantosamente diz-me:
- Estás comigo, estás com Deus.
Pego no comando da televisão e fecho a porta como se de uma televisão se tratasse. Olho para o lado oposto e vejo um campo aberto, a cor do céu era simplesmente perfeita, era da cor dos sonhos cor-de-rosa.
Xavier Rolando
domingo, 11 de março de 2012
sábado, 10 de março de 2012
Caro Xavier
Caro Xavier,
Não pretendo que a minha mensagem seja do seu agrado, ainda assim, já pensou em lutar pelas suas causas? Não estará com pensamentos um tanto ou quanto egocêntricos, acha-se mesmo o centro do mundo? Oportunidades? Há que lutar por elas não? As oportunidades não nascem da árvore das patacas.
E qual é o seu objectivo? Saltar o charco? Percebo a metáfora, mas será que alguma vez encontrará o seu lar, o lugar onde pensa vir a ser feliz com todos os seus sonhos concretizados?
Caro Xavier, não estará simplesmente a fugir do mundo e a colocar a cabeça debaixo da terra? Sonhar é bom, mas viver é ainda mais.
Com os meus cumprimentos,
João André
Não pretendo que a minha mensagem seja do seu agrado, ainda assim, já pensou em lutar pelas suas causas? Não estará com pensamentos um tanto ou quanto egocêntricos, acha-se mesmo o centro do mundo? Oportunidades? Há que lutar por elas não? As oportunidades não nascem da árvore das patacas.
E qual é o seu objectivo? Saltar o charco? Percebo a metáfora, mas será que alguma vez encontrará o seu lar, o lugar onde pensa vir a ser feliz com todos os seus sonhos concretizados?
Caro Xavier, não estará simplesmente a fugir do mundo e a colocar a cabeça debaixo da terra? Sonhar é bom, mas viver é ainda mais.
Com os meus cumprimentos,
João André
Não há espaços recentes
Há alturas na vida onde não fazemos a distinção do estar acordado ou a dormir. Perdemo-nos naquilo que pensamos ser sonho.
Não me consigo mexer.
Não mexo um único dedo.
De repente dou por mim a voar.
Encontro uma porta.
Olho pelo buraco da fechadura e do outro lado encontra-se um mundo à minha espera.
Tudo é possível do outro lado, todos os meus desejos podem ser concretizáveis do outro lado e a única coisa que nos separa é uma porta. A ironia é que o detentor dessa fechadura sou eu mesmo. A chave está comigo. No meu bolso direito, sinto o seu peso, a sua forma, mas é-me impossível tirá-la do bolso, quanto mais abrir a porta.
No outro dia, sonhei que finalmente a porta que se me enfrentava tinha sido aberta. Mas algo me impedia de passar para lá da porta. Tinha uma daquelas correntezinhas irritantes que quase deixam pôr a mão pela porta e desprender a corrente, mas nada.
Tudo me era possível, voar, lutar, tocar piano como um verdadeiro Gershwing, tudo menos passar para o lado de lá.
Sinto sempre tanto receio de me repetir, de que seja ridicularizado por aqueles que me observam, que me digam "andas a ver filmes a mais". Cuidado com o Matrix. Não há ideias novas, nem novas ideias, não há histórias recentes, no máximo apenas estórias.
Só pretendo uma oportunidade.
Gostava de saltar. Chegar ao cabo da roca olhar em frente e conseguir saltar o charco de água que me separa de um mundo mais real mas muito mais utópico.
Não me apetece cuidar de ninguém.
Apenas observo.
Xavier Rolando
Não me consigo mexer.
Não mexo um único dedo.
De repente dou por mim a voar.
Encontro uma porta.
Olho pelo buraco da fechadura e do outro lado encontra-se um mundo à minha espera.
Tudo é possível do outro lado, todos os meus desejos podem ser concretizáveis do outro lado e a única coisa que nos separa é uma porta. A ironia é que o detentor dessa fechadura sou eu mesmo. A chave está comigo. No meu bolso direito, sinto o seu peso, a sua forma, mas é-me impossível tirá-la do bolso, quanto mais abrir a porta.
No outro dia, sonhei que finalmente a porta que se me enfrentava tinha sido aberta. Mas algo me impedia de passar para lá da porta. Tinha uma daquelas correntezinhas irritantes que quase deixam pôr a mão pela porta e desprender a corrente, mas nada.
Tudo me era possível, voar, lutar, tocar piano como um verdadeiro Gershwing, tudo menos passar para o lado de lá.
Sinto sempre tanto receio de me repetir, de que seja ridicularizado por aqueles que me observam, que me digam "andas a ver filmes a mais". Cuidado com o Matrix. Não há ideias novas, nem novas ideias, não há histórias recentes, no máximo apenas estórias.
Só pretendo uma oportunidade.
Gostava de saltar. Chegar ao cabo da roca olhar em frente e conseguir saltar o charco de água que me separa de um mundo mais real mas muito mais utópico.
Não me apetece cuidar de ninguém.
Apenas observo.
Xavier Rolando
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